Medo ou pessimismo?




O que eu temo?
Por que eu tenho medo?
É só porque eu não sei o que vai mais acontecer?
Nem nos próximos sete minutos?

Ou melhor, sei sim!
São sete para a meia-noite.
Está nascendo o melhor dia da semana, a sexta-feira.
E o que eu tenho a temer?

Só por que eu fui ignorado?
Ou por que eu não fui convocado?
Ou por que fui esquecido?
Ou, simplesmente, demitido?

Justamente agora que minha paixão aflorou?
Não consigo mais sorrir, já estou sem força para chorar.
Minha tosca alegria acabou.
Voltarei à profunda imensidão do mar.

É lá onde ganho forças.
Onde tudo ouço e enxergo.
É o lar que eu chamo de paraíso.
E o paraíso que tu chamas de inferno.

Por mim o mundo pode terminar agora.
Não quero nem saber da morte.
O que me resta vagar o mundo afora?
Sozinho, estou jogado a própria sorte.

Eu já fiz muitas coisas inúteis.
Confesso que foram bem legais.
Desde grandes brincadeiras fúteis.
Até pequenos trabalhos geniais.

Se isso é bom ou não, não sei. (creio que não).
Me tornou um ser humano introvertido, esquisito.
Amedrontado, desconfiado, com delicada perturbação.
Do tamanho de um touro e a sutileza de um mosquito.

Sete minutos se passaram.
Agora sim germinou o melhor dia da semana.
Não sei por que os medos terminaram.
Voltarei a viver da luz que da lua amena.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Ou como se filosofa com uma agulha

Seja aqui e agora

Ontem e hoje